Introdução
A Estrutura de Acumulação é um dos conceitos fundamentais no mundo das finanças e análise de mercado. Desenvolvido por Richard D. Wyckoff, considerado um dos cinco titãs da análise técnica do século XX, este modelo oferece uma perspectiva única sobre os movimentos do mercado, permitindo uma compreensão mais profunda das dinâmicas dos preços.
O Conceito Essencial
Antes de qualquer coisa, você deve saber que a acumulação é um dos estágios do ciclo de preços que Wyckoff propôs, que possuem quatro fases.
No núcleo da estrutura de acumulação está na ideia de que os mercados passam por fases distintas, moldando padrões recorrentes. Estas fases são cruciais para os traders, ao oferecerem percepções sobre as intenções do mercado e permitem tomar decisões informadas.
1. Acumulação
A primeira fase, a Acumulação, representa um período em que investidores astutos começam a acumular ativos a preços favoráveis. Este estágio é muitas vezes marcado por uma estabilização nos preços, uma Consolidação, com uma aparente falta de direção clara. No entanto, é durante essa aparente calmaria que ocorre a preparação para movimentos significativos.
2. Markup
A fase seguinte, conhecida como Markup ou Tendência de Alta, é onde a verdadeira ação começa. Os ativos acumulados são agora impulsionados por uma demanda crescente, levando a um aumento notável nos preços. Este é o estágio no qual os investidores que entenderam a acumulação estão posicionados para colher os benefícios substanciais do mercado em alta.
3. Distribuição
Por outro lado, a fase de Distribuição, que também é uma Consolidação dos preços, representa um período em que os investidores experientes começam a descarregar seus ativos a preços elevados. Este estágio é crucial para aqueles que desejam evitar perdas substanciais, por marcar o início de uma potencial reversão de tendência.
4. Markdown
A fase final, chamada de Markdown ou Tendência de Baixa, testemunha uma queda nos preços à medida que a venda de ativos se intensifica. É neste ponto que os investidores que compreendem a distribuição podem proteger seus ganhos e até mesmo capitalizar com posições vendidas.
Estas quatro fases se repetem infinitamente, em qualquer ativo e em qualquer fractal (timeframe/tempo gráfico).
Se você deseja aprender mais sobre o comportamento do mercado, há outros artigos que iram acrescentar informações a vocês:
O que é a fase de Acumulação?
No dinâmico universo do mercado financeiro, a acumulação surge como uma peça-chave, delineando o momento em que os grandes operadores, o “Homens Composto” ou “Smart Money”, realizam manobras estratégicas para adquirir estoques a preços mais acessíveis. Este processo marca a transferência do controle dos preços das mãos dos comerciantes de varejo, as “sardinhas” ou “mãos fracas”, para os profissionais, os “tubarões” ou “mãos fortes”.
A acumulação, como fase crucial, se desenrola em um intervalo lateral de preços, precedido por uma tendência de baixa. Durante esse período, os tubarões executam uma manobra de absorção, visando acumular estoque a preços vantajosos para posteriormente vendê-los com lucro. O controle dos preços transita das mãos fracas para as mãos fortes, preparando o cenário para uma reversão da tendência.
A dinâmica da acumulação segue a Lei da Causa e Efeito, onde a causa é a absorção cuidadosa do estoque disponível a preços mais baixos, e o efeito é a tendência de alta posterior e que o efeito será proporcional a sua causa. Esse processo demanda tempo e planejamento, já que grandes traders não podem simplesmente comprar tudo de uma só vez sem afetar os preços.
É nesse delicado processo que os tubarões criam um ambiente de extrema fragilidade, utilizando notícias negativas, dados de mercado desfavoráveis, discursos de figuras políticas importantes e de influencers ligados ao mercado financeiro para atrair a oferta ao mercado e absorver toda a oferta disponível.
Um aspecto fundamental durante a acumulação é a ocorrência das famosas armadilhas de urso, também conhecidas como “Springs”. Esses movimentos de queda repentinos têm três funções principais: acionar stop loss dos traders bem posicionados, induzir traders menos informados a acreditar na continuidade da tendência de baixa e, é claro, lucrar com esse movimento.
Vale ressaltar que, embora as armadilhas de urso adicionem força ao movimento de alta posterior, nem sempre são uma constante durante a acumulação, ou seja, podem não ocorrer, tornando esse contexto desafiador, mas igualmente válido.
A preparação minuciosa para um movimento significativo envolve testes e armadilhas, como o Spring, para avaliar o compromisso dos vendedores. A ausência de volume nesse ponto sinaliza a falta de interesse por parte dos vendedores, indicando que o caminho está livre para os tubarões.
Quando não há mais estoque a ser absorvido, os tubarões colocam os preços para cima. Agora nas mãos fortes, eles só se desfazem de suas posições a preços substancialmente mais altos. Basta um pequeno aumento na demanda para o preço decolar, dando início a tão esperada tendência de alta.
Em síntese, a acumulação no mercado financeiro revela-se como um intricado jogo de estratégias, onde os tubarões meticulosamente planejam e executam suas movimentações para acumular e, eventualmente, lucrar com a mudança de mãos do controle dos preços. Identificar esses padrões exige uma análise cuidadosa, mas compreender a dinâmica da acumulação é essencial para investidores que buscam entender os meandros do mercado e antecipar tendências.
Características Principais de uma Acumulação
Diminuição do volume e da volatilidade à medida que o intervalo se desenvolve.
Testes na máxima da estrutura sem volume, sugerindo uma ausência de interesse na venda; exceto quando o preço está no momento de iniciar o movimento para fora do intervalo.
Armadilhas nas mínimas do canal (Spring).
Movimentos de alta mais suaves e candles maiores do que os baixistas.
Fases da Estrutura de Acumulação
CREEK: Na metodologia Wyckoff, o creek ou riacho/rio refere-se ao nível de resistência das estruturas de acumulação e reacumulação. O creek é estabelecido pelo topo gerado pelo Automatic Rally (AR) e pelos topos subsequentes que podem ocorrer durante o desenvolvimento da estrutura durante a fase B.
CHoCH: Change of Character (Mudança de Caráter/Característica), indica o ambiente onde o preço muda de característica. O primeiro CHoCH é estabelecido na fase A, onde o preço passa de uma tendência de baixa, para uma consolidação. O segundo CHoCH é definido a partir do mínimo da fase C até o fim da fase D onde o preço deixa a consolidação e começa uma tendência de alta.
Fase A: Parada da tendência descendente anterior:
A principal função da fase A é parar o movimento de tendência anterior e colocar o mercado em um contexto de equilíbrio entre oferta e demanda.
PS = Preliminary Support (Suporte Preliminar). É a primeira tentativa de parar o movimento de queda, podem ocorrer vários PS’s, até de fato, a tendência ser contida.
SC = Selling Climax (Clímax de Vendas). Ação climática que para a tendência de baixa. O SC é semelhante ao PS na forma como aparece no gráfico. Às vezes o PS pode exercer o papel de SC; por isso, é bom dar uma flexibilidade aos eventos, tudo depende do contexto.
O Selling Climax é um sinal muito poderoso de reversão da tendência de baixa. O preço já terá percorrido um longo caminho de queda e neste ponto os preços estarão atraentes para o Smart Money.
SC marca o fundo/suporte da estrutura, outros fundos podem aparecer durante o desenvolvimento da estrutura na fase B.
Selling Climax Exhaustion (Exaustão no Clímax de Vendas)
Caso ocorra várias tentativas de parada da tendência de baixa (PS), pode ocorrer do SC ser com volume reduzido ao PS, criando um Selling Exhaustion.
AR = Automatic Rally (Recuperação Automática). Seria um movimento ascendente gerado pela parada do movimento de tendência, que define o máximo do Trading Range. Sugere a entrada agressiva dos profissionais na direção oposta.
ST = Secondary Test (Teste Secundário). Teste de oferta em relação ao AR, tenta avaliar a força da oferta. Marca o fim da fase A e início da fase B.
Fase B: Construção da causa:
É na fase B que o Homem Composto trabalha, acumulando estoque visando preparar o efeito subsequente, a tendência de alta.
UA = Upthrust Action (Ação Ascendente). Rompimento da máxima por um curto período e reentrada para dentro da estrutura.
Quando um UA ocorre, denota força compradora, adiciona mais confiabilidade para ser uma acumulação. Porém, somente com a análise do volume e o desenvolvimento da estrutura que teremos certeza sobre, então, não se precipite.
SOW as ST = Sign of Weakness as Secondary Test (Sinal de Fraqueza como Teste Secundário). É um teste no mínimo gerado pelo SC, rompendo a mínima e voltando para dentro do canal, denota a fraqueza dos compradores e agressividade dos vendedores. Provavelmente haverá mais testes nessa região futuramente.
O fato de ocorrer um SOW as ST, não significa que a estrutura será uma distribuição ou redistribuição, tudo depende do contexto, da análise do volume e do desenvolvimento da estrutura.
Fase C: Ocorrência de armadilhas:
Nesta fase, o Homem Composto verifica o nível de interesse dos participantes no mercado de modo a, criar um caminho de menor resistência. É a última armadilha desenvolvida pelo profissional antes de iniciar a tendência de alta.
A ocorrência de um Spring é o momento em que todos os operadores de metodologia Wyckoff estão esperando. Adiciona mais força a análise da estrutura ser uma acumulação, é a melhor hora para abrir uma posição, portanto, um Spring é o evento mais importante que possa ocorrer para nós.
SP = Spring (Mola). Armadilha de vendas, é um teste rompendo as mínimas das fases A e B, possibilita a retirada os possíveis vendedores restantes do mercado. Existem três tipos de Springs.
Spring: Movimento descendente rompendo as mínimas, colocando os vendedores no mercado e em seguida retornando para dentro do canal.
LPS: Last Point of Support (Ultimo Ponto de Suporte). Ultimo nível de suporte da oferta. Um movimento que não rompe as mínimas, marcando o suporte na fase C.
TSO: Terminal Shakeout (Agitação Final). Movimento rápido e forte rompendo as mínimas profundamente, aumento de agressão e volume e uma recuperação rápida para dentro do canal, geralmente em forma de V.
ST = Secondary Test (Teste Secundário ou Teste do Spring). É um teste depois do Spring.
Com exceção do Spring “LPS”, todos os outros devem ocorrer um teste para avaliar a força da oferta, já que, a oferta entrou no mercado e um resultado positivo não é garantido.
Se o teste não ocorrer, temos que ficar espertos, pode ocorrer em um futuro próximo.
Fase D: Tendência de alta dentro do TR:
O mercado agora está em desequilíbrio, o caminho está livre para o Homem Composto e isso é observado no gráfico através do rompimento da estrutura, iniciando o movimento de tendência de alta.
É a maior prova de compromisso que o profissional pode assumir. Se o trabalho de absorção foi bem executado, o rompimento da estrutura será fácil e o desenvolvimento da tendência também.
JAC = Jump Across the Creek (Saltar o Riacho). Movimento de alta gerado após o teste na fase C, que consegue romper a consolidação. Também chamado de SOS, Sing of Strenght (Sinal de Força).
Normalmente você observará movimentos de alta mais suaves, candles com spread maior e aumento de volume, rompendo regiões de liquidez com facilidade.
mSOS = minor Sing of Strenght (Sinal de Força menor). Quando um JAC/SOS falhar em romper a consolidação, rotularemos esse evento como minor SOS.
LPS = Last Point of Support (Ultimo Ponto de Suporte). É uma tentativa dos vendedores de barrar o preço de subir e empurrar o preço para baixo, que tende a falhar devido à agressividade dos compradores.
Essa retração que ocorre serve como último ponte de apoio para os compradores, é onde eles param a queda, comprando mais barato e gerando um fundo mais alto.
BUEC = Backup to the Edge of the Creek (De Volta para a Borda do Riacho). Se nossa análise estiver correta, após o rompimento (JAC) será desenvolvido um teste, confirmando que o profissional está posicionado naquela direção e dando apoio ao movimento.
Se o teste for bem-sucedido, estamos agora em condições de abrir risco, de abrir posição no mercado. Resumindo, o teste confirmara se a estrutura é realmente uma acumulação com intensão de dar progressão a preços cada vez maiores.
Fase E: Tendência de alta fora do TR:
A fase E começa logo após o evento de confirmação na fase D (BUEC). Se o teste de confirmação foi bem-sucedido e não há operadores contra o movimento, isso nos mostra que o mercado está em desequilíbrio.
O controle dos preços agora está nas mãos dos compradores e, portanto, devemos negociar somente a favor do movimento até o mercado nos diga que o movimento está chegando ao fim.
Nessa fase é marcada pela sucessão de SOS e LPS, gerando a dinâmica da tendência de alta, topos e fundos cada vez mais altos.
Aplicação Prática na Tomada de Decisões
A compreensão da estrutura de acumulação permite que os traders tomem decisões mais informadas. Ao identificar padrões e reconhecer em qual fase o mercado se encontra, é possível antecipar movimentos futuros e posicionar-se estrategicamente.
Indicadores-chave a Observar:
Volume de Negociação: A análise do volume de negociação é vital para identificar as fases da estrutura de acumulação. O volume é usado para identificar as armadilhas na face C e, a intenção do player de iniciar uma tendência na fase D.
Padrões Gráficos: Identificar padrões gráficos específicos associados a cada fase ajuda os traders a confirmar a validade da análise Wyckoff.
Você pode usar outros indicadores para auxiliar na identificação de cada fase, como, linhas de tendência, médias móveis, volume profile, entre muitos outros.
Uma coisa vale ressaltar, não fique preso a rótulos ou padrões gráficos que podem aparecer nas estruturas. Busque entender os movimentos dos preços, o que está se passando por trás de cada movimentação.
Não tente controlar o mercado, não estamos aqui tentando prever o futuro, não temos uma bola cristal. Por mais que nossa análise esteja correta, não significa que o mercado vá fazer o que esperamos.
Mercado financeiro tem todos os dias, seu dinheiro não.
O que olhar antes de entrar no mercado?
Quando estamos diante do gráfico analisando possíveis aberturas de posição, nossas decisões devem ser baseadas em três elementos, em ordem de prioridade:
Contexto
O contexto, refere-se a uma gama de fatores que podem influenciar nos preços dos ativos. Quando operamos utilizando a metodologia Wyckoff, a nossa regra vital relativa ao contexto de mercado é operar a favor de uma estrutura maior.
Como já sabemos (espero que você esteja ciente disso) o mercado fractal, tudo que acontece no gráfico diário, acontece em todos os outros (1, 2, 5, 15, 30 minutos), o que muda é a proporção de cada evento.
Isso significa que, à medida que o mercado vai desenvolvendo múltiplas estruturas ao mesmo tempo, em tempos gráficos diferentes, devemos priorizar sempre o desenvolvimento da estrutura maior.
Um exemplo:
Imagine que você está analisando o gráfico de 1 minuto e você identifica uma estrutura de distribuição na fase D fazendo um MSOW, agora você esperaria um LPSY para confirmar o rompimento da estrutura, correto?
Mas, como você é um operador inteligente, você não usa somente o gráfico de 1 minuto para operar, você tem um gráfico de 60 minutos, aberto em outro monitor. No gráfico de 60 minutos você nota um contexto diferente, você observa uma estrutura de acumulação no final da fase D fazendo um BUEC.
Como o mercado é fractal, a estrutura de distribuição no gráfico de 1 minuto é uma armadilha dos grandes players para tirar os operadores que só usam um tempo gráfico para operar.
Nesse caso, você não iria operar vendido, mas sim, comprado, esperando o preço voltar para dentro da estrutura de distribuição, fazer um teste de demanda, aí, sim, abrir uma posição de compra. No final de tudo classificariamos essa distribuição como uma reacumulação.
Com isso, o evento BUEC da estrutura maior estaria completo e validado, as chances de sucesso nesse contexto são extremamente favoráveis.
A análise de contexto, além de nos proporcionar oportunidades mais informadas, mais seguras, também nos ajuda a não procurar operações do lado errado do mercado.
Estruturas
Bom, as estruturas são o ponto-chave do método. Nosso dever é tentar entender o que está acontecendo na estrutura, quem está ganhando a guerra pelo controle dos preços, compradores ou vendedores, somente a análise detalhada nos dará a resposta.
A lógica das estruturas que Wyckoff propôs, é que, para o preço reverter, é necessário que ele seja acumulado ou distribuído em um protocolo que demanda tempo para ser elaborado de forma sistemática.
Esse protocolo segue uma série de passos, fases e eventos, que nos permite rastrear quando uma provável mudança no preço irá ocorrer. Embora, é verdade que, por vezes, os preços sofrem uma reversão em V agressiva, porém, esta não é a norma do mercado, por isso, devemos nos concentrar no desenvolvimento das estruturas padrões.
Usando a metodologia Wyckoff colocamos um microscópio em cada fase, de modo a avaliar a interação entre oferta e demanda no preço e no volume para discernir quem está no controle dos preços e em qual momento haverá um desequilíbrio significativo para gerar uma tendência. Este é o trabalho do trader Wyckoff.
Zonas de Liquidez
O conceito de zonas de liquidez está ligado a teoria dos leilões e a necessidade do mercado de facilitar a negociação entre os comerciantes.
Os profissionais precisam encontrar outros comerciantes dispostos a dar a contraparte para suas posições. Como você sabe, no mercado para alguém vender, alguém tem que comprar.
Como as posições do Smart Money são gigantescas, se eles fossem executar uma ordem de compra provavelmente não acharia contraparte suficiente para toda a ordem e para achar contraparte suficiente ele teria que ir comprado cada vez mais caro até completar tudo e ninguém quer comprar alguma coisa com preço elevado.
É por isso que eles aproveitam dos movimentos de armadilhas para abrir suas posições e vão mantê-las até encontrar outras zonas de liquidez para se desfazerem delas e obter lucros.
As zonas de liquidez atuam como ímãs para o preço, porque geram interesse suficiente para que diferentes traders queiram colocar suas ordens pendentes na região para atrair liquidez e está liquidez faz o preço chegar até elas.
O Smart Money quase que obrigatoriamente terá que forçar o preço a visitar essas zonas em que existe uma abundância de ordens pendentes de negociação para abrir posição ou desfazer de suas posições, sabendo disso, podemos tomar vantagem dessa informação intrínseca do mercado.
Onde Procurar Operações?
Agora que você já sabe o que olhar no gráfico: contexto, estruturas e zonas de liquidez — se você pulou a explicação desses conceitos e veio direto ler onde operar, tu deixas de ser preguiçoso e volta para a explicação acima, se não, levará stop da próxima vez que operar — vamos falar agora onde de fato observar as possíveis entradas.
Basicamente, só procuramos operações quando o mercado está nas fases C, D ou E. Na fase A e B, nosso trabalho é observar o desenrolar da estrutura e da briga entre compradores e vendedores pelo controle do mercado.
Na fase C
Nessa fase existe duas possibilidades de entrada:
Entrada na identificação da armadilha (Spring).
Entrada no teste após a armadilha (ST).
Lembrando que entradas na fase C só é recomenda para pessoas que possuem um perfil de investidor/trader mais agressivo, que aceita correr mais risco.
Entrada na armadilha só é recomendado se a armadilha ocorrer com baixo volume, pois, grandes volumes tendem a ser testados para verificar o comprometimento desses operadores.
Já na entrada no teste após a armadilha, para o teste ser válido ele não pode fazer um novo extremo, no caso do Spring, deve ficar acima do mínimo estabelecido pelo Spring.
Há também a possibilidade de uma terceira entrada, que é quando ocorrer o segundo tipo de armadilha, o LPS, quando a armadilha não rompe a estrutura. Esse tipo de entrada é válida, porém, é muito difícil de avaliar sua efetividade, já que nunca saberemos se de fato o mercado irá inverter após esse evento, ou, se vai fazer uma armadilha rompendo a estrutura.
Na fase D
Se tudo ocorrer bem, dentro do planejado, a armadilha e o teste forem bem sucedidos, devemos agora ver um sinal da intenção do Homem Composto de levar o preço na direção oposta, ou seja, o desenvolvimento de uma tendência.
No caso da acumulação, veremos um SOS/JAC e MSOW na distribuição.
Nesta fase tempos algumas opções de operações:
Entrada no LPS após o teste da armadilha.
Estrutura Menor.
BUEC.
Após o Spring, o mercado tende a fazer um spike, dar uma acelerada para o lado oposto da armadilha, quando essa acelerada dá uma pausa, acontece uma retração, um pullback ou LPS, essa é uma oportunidade de entrada.
Se o LPS, ocorrer sem volume e com candles de spread curto, há grande chance de sucesso na operação.
Outra opção é uma estrutura menor. Durante a tendência dentro da estrutura, você pode diminuir o tempo gráfico para localizar o desenvolvimento de uma estrutura menor dentro da tendência.
Lembre-se que o mercado é fractal, por exemplo, se você está no gráfico de 15 minutos, analisando uma acumulação na fase D, você pode ir para o gráfico de 1/2 minuto para identificar uma estrutura de reacumulação, esperar a armadilha e teste, assim, aumentar as chances de sucesso da operação.
Você pode buscar por estruturas menores tanto no meio da tendência dentro da estrutura maior, o LPS, como buscar estruturas menores após o rompimento da estrutura maior, o BUEC.
As estruturas menores seguem as mesmas regras das estruturas maiores.
Agora falarei de uma das operações favoritas de Wyckoff, além de ter uma alta probabilidade de sucesso, ela é recomendada para todos os perfis de investidores, principalmente, para os traders mais conservadores que preferem não arriscar muito.
Podemos abrir operação logo após o teste depois do rompimento da estrutura (BUEC). É verdade que essa operação tem um potencial de risco/retorno menor, porém, compensa com o alto índice de sucesso, pois, a estrutura já foi confirmada e agora os Big Players iniciarão a tendência.
Na Fase E
Após a confirmação do rompimento da estrutura na fase D, o início da tendência é inevitável para fora da estrutura. Agora nossa missão é avaliar o mercado e buscar oportunidades a favor da tendência.
Claro que agora o risco/retorno é menor do que as operações anteriores, e diminuirá à medida que a tendência se desenrolar.
No mercado costumam dizer que “a tendência é sua amiga” é verdade, porém, não deve ser levada ao pé da letra, eu complemento essa frase dizendo “a tendência é sua amiga, desde que, você pegue ela no início, porque no final ela é sua maior inimiga”.
Escrevi um artigo mostrando como avaliar a força de uma tendência, para não cair nas armadilhas de final de tendência, confere lá para aumentar seus conhecimentos: “Como Avaliar a Força de uma Tendência”.
Você já sabe que o mercado se movimenta em ondas, impulso e retração, na fase E, visamos entrar a favor da tendência na onda de retração ou LPS, caso ele ocorra com baixo volume.
Do mesmo jeito que ocorre na fase D, podemos diminuir o tempo gráfico para procurar por estruturas menores, primeiro para aumentar nossas chances de sucesso e segundo, melhorar nosso risco/retorno.
Existem inúmeras possibilidades de operações, aqui apresentei as entradas baseadas na metodologia Wyckoff, não apresentei indicadores ou outras ferramentas para auxiliar na entrada, você pode pegar os conhecimentos que adquiriu aqui e combinar com seu operacional e criar novas entradas, não se prenda a somente uma única coisa.
Conclusão
Em resumo, entender a estrutura de acumulação é uma ferramenta poderosa para traders que buscam compreender os movimentos do mercado de forma mais profunda. Ao reconhecer e aplicar os princípios subjacentes a cada fase, os traders podem ganhar uma vantagem significativa no dinâmico mundo das finanças.
Além disso, a análise da estrutura de acumulação não se limita apenas ao aspecto técnico. Ela exige uma compreensão profunda do comportamento humano, da psicologia do mercado e das forças que impulsionam os movimentos de preços. Portanto, os traders que dominam essa metodologia não apenas interpretam os gráficos, mas também entendem as nuances por trás de cada movimento.
É importante ressaltar que a aplicação da estrutura de acumulação de Wyckoff requer prática, paciência e dedicação. Não se trata apenas de seguir um conjunto de regras, mas sim de desenvolver uma habilidade analítica refinada e uma mentalidade disciplinada.
Em última análise, ao incorporar os princípios da estrutura de acumulação em sua abordagem de negociação, os investidores podem aumentar suas chances de sucesso e tomar decisões mais informadas em um ambiente de mercado cada vez mais complexo e volátil.
BONS TRADES!
Livros sobre o Mercado e Método Wyckoff
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Dê o start inicial à metodologia Wyckoff, aprenda como os mercados se movimentam, sobre estruturas, fases e eventos; as três leis básicas da metodologia.
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Autora: Anna Coulling
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Perguntas e Respostas
O que é a Estrutura de Acumulação de Wyckoff?
A estrutura de acumulação é um modelo desenvolvido por Richard D. Wyckoff que descreve os estágios pelos quais os mercados passam, onde os tubarões acumulam ativos para lucrar com uma alta posterior.
Quais são as fases da Estrutura de Acumulação de Wyckoff?
As fases são: Fase A parada da tendência anterior; Fase B construção da causa; Fase C armadilha; Fase D início da tendência de alta; Fase E confirmação da tendência de alta.
Quais são as características principais de uma fase de Acumulação?
As características incluem diminuição do volume e da volatilidade, testes na máxima da estrutura, ocorrência de armadilhas de urso (Springs) e movimentos de alta mais suaves.
Como identificar uma fase de Acumulação no mercado?
Uma fase de Acumulação é identificada por um intervalo lateral de preços após uma tendência de baixa, acompanhada pela absorção cuidadosa do estoque disponível a preços mais baixos pelos grandes operadores (“tubarões”).
Quais são os indicadores-chave a observar ao analisar a Estrutura de Acumulação de Wyckoff?
Os indicadores-chave incluem o volume de negociação e padrões gráficos específicos associados a cada fase, que auxiliam os traders a confirmar a validade da análise Wyckoff.
Onde procurar operações durante as fases C, D e E da Estrutura de Acumulação?
Durante a fase C, as oportunidades de entrada podem surgir na identificação de armadilhas (Springs) ou nos testes subsequentes. Na fase D, após a confirmação do rompimento da estrutura, as operações podem ocorrer após testes ou na identificação de sinais de intenção dos grandes operadores (como SOS/JAC). Na fase E, busca-se entrar a favor da tendência em pullbacks.
Quais são os principais elementos a considerar antes de entrar no mercado durante as fases C, D e, E?
Antes de entrar no mercado, é crucial analisar o contexto geral do mercado, as estruturas específicas em desenvolvimento e as zonas de liquidez que podem influenciar os movimentos de preços.
Por que é importante entender o contexto do mercado ao analisar estrutura de acumulação?
Entender o contexto ajuda os traders a operar a favor de uma estrutura maior, reconhecendo que o mercado é fractal e que eventos em diferentes prazos podem influenciar os movimentos de preços.
Como evitar armadilhas e aumentar as chances de sucesso ao analisar a estrutura de acumulação?
Evite operar contra a estrutura maior do mercado, analise cuidadosamente as estruturas específicas em desenvolvimento, e esteja atento aos sinais de força ou fraqueza dos grandes operadores, buscando entrar em operações alinhadas com a tendência predominante.
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