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Estrutura de Distribuição: Como Richard D. Wyckoff Decifrou os Segredos do Mercado

Introdução

O mercado financeiro é um ambiente complexo e dinâmico, onde a compreensão das nuances da psicologia do mercado e da ação dos preços é crucial para o sucesso. Uma das ferramentas mais eficazes para decifrar esses padrões é o Método Wyckoff, desenvolvido por Richard Wyckoff no início do século XX. Este artigo se aprofundará em um componente essencial do Método Wyckoff: a Estrutura de Distribuição.


O Conceito Essencial

Antes de qualquer coisa, você deve saber que a distribuição é um dos estágios do ciclo de preços que Wyckoff propôs, que possuem quatro fases.


No núcleo da estrutura de distribuição está na ideia de que os mercados passam por fases distintas, moldando padrões recorrentes. Estas fases são cruciais para os traders, ao oferecerem percepções sobre as intenções do mercado e permitem tomar decisões informadas.


1. Acumulação

A primeira fase, a Acumulação, representa um período em que investidores astutos começam a acumular ativos a preços favoráveis. Este estágio é muitas vezes marcado por uma estabilização nos preços, uma Consolidação, com uma aparente falta de direção clara. No entanto, é durante essa aparente calmaria que ocorre a preparação para movimentos significativos.


2. Markup

A fase seguinte, conhecida como Markup ou Tendência de Alta, é onde a verdadeira ação começa. Os ativos acumulados são agora impulsionados por uma demanda crescente, levando a um aumento notável nos preços. Este é o estágio no qual os investidores que entenderam a acumulação estão posicionados para colher os benefícios substanciais do mercado em alta.


3. Distribuição

Por outro lado, a fase de Distribuição, que também é uma Consolidação dos preços, representa um período em que os investidores experientes começam a descarregar seus ativos a preços elevados. Este estágio é crucial para aqueles que desejam evitar perdas substanciais, por marcar o início de uma potencial reversão de tendência.


4. Markdown

A fase final, chamada de Markdown ou Tendência de Baixa, testemunha uma queda nos preços à medida que a venda de ativos se intensifica. É neste ponto que os investidores que compreendem a distribuição podem proteger seus ganhos e até mesmo capitalizar com posições vendidas.

Ciclo de preço
Ciclo de preço

Estas quatro fases se repetem infinitamente, em qualquer ativo e em qualquer fractal (tempo gráfico).


Se você deseja aprender mais sobre o comportamento do mercado, há outros artigos que iram acrescentar informações a vocês:


O que é a fase de Distribuição?

Wyckoff desenvolveu uma série de princípios e conceitos para analisar a estrutura de distribuição nos mercados. Esses princípios são baseados na ideia de que os grandes players do mercado deixam pistas em suas atividades de compra e venda, que podem ser identificadas e utilizadas para prever movimentos futuros do mercado.

Estrutura Básica de Distribuição

A distribuição é o processo pelo qual o “Smart Money” vende as suas ações para os operadores menos informados do mercado. Ao contrário da acumulação, esse processo envolve a transferência do dinheiro das “mãos fortes” para “mãos fracas”, também chamados de “sardinhas”.


Um intervalo de distribuição é marcado por um movimento lateral dos preços que interrompe a tendência de alta e envolve profissionais que vendem as suas ações a preços mais altos e depois voltam a comprar a preços mais baixos, lucrando com a diferença.


Na fase de distribuição podemos ver a aplicação da Lei de Causa e Efeito, que diz que para cada efeito, deve haver uma causa anterior, e o efeito é proporcional à causa. No caso da distribuição, a venda de ações (causa) resulta numa tendência de baixa (efeito), sendo diretamente proporcional ao tempo que os profissionais demoraram para construir (vender) a causa.


A preparação para um movimento significativo leva tempo. Um operador profissional não pode construir toda a sua posição de uma só vez, vendendo tudo ao preço de mercado, porque a grande quantidade faria baixar o preço até que houvesse contraparte suficiente para corresponder à sua ordem de venda. Como você já sabe, no mercado financeiro, para alguém vender algo precisa que alguém compre, senão, não há negócio.


Para conseguir liquidez suficiente, os profissionais têm que desenvolver e executar um plano meticuloso para tentar absorver toda a demanda disponível no mercado ao preço médio mais elevado possível. Durante este processo de distribuição, os grandes operadores, ajudados pelos meios de comunicação, criam um ambiente de extrema resiliência.


Veremos recomendações de compra de ações, notícias otimistas sobre a economia e bolsa de valores, fundos de investimentos batendo recordes de lucro e afins. O seu objetivo é atrair o maior número possível de operadores para o mercado, uma vez que as suas ordens de compra serão sua contra-parte para as suas ordens de venda maciças.


Os investidores desinformados, imbuídos de ganância, veem uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil, não percebem que os profissionais estão construindo uma grande posição de venda porque querem empurrar o preço para baixo. Entram no mercado do lado errado e, por meio de várias manobras, os grandes operadores conseguem absorver toda a demanda do mercado.


Na distribuição, tal como na acumulação, haverá armadilhas que abalarão o mercado. É verdade que nem todas as estruturas de distribuição terão esse abalo, mas a sua ocorrência dá força ao movimento de tendência que se seguirá. No caso da distribuição, este movimento súbito de subida que rompe os máximos do canal chama-se “Upthrust” e tem três funções:

  1. Atingir os stops loss dos traders que estavam bem posicionados em posições curtas;

  2. Induzir os traders desinformados que acreditam na continuação da tendência a comprar;

  3. E lucrar com esse movimento.


Os profissionais que constroem as suas posições são obrigados a fazer este tipo de manobra. Por suas posições serem demasiadamente grandes, esta é a única forma de encontrar liquidez para as suas ordens, e esta armadilha é uma excelente oportunidade para o conseguir.


Os stops loss das posições curtas, assim como os traders que compram acreditando na continuação da tendência, são ordens de compra que devem ter uma contra-ordem, uma ordem de venda, e os profissionais fazem-no absorvendo todas as ordens de compra executadas. Quando a tendência se inverte, os stops loss dos que compraram reforçam a tendência de baixa.


Quando o processo de distribuição está chegando ao fim, os grandes operadores efetuam testes repetidos até terem a certeza de que todos os compradores foram absorvidos. Uma tendência de baixa não ocorrerá até que toda a demanda tenha sido absorvida. Eles realizam testes de demanda para verificar a força dos compradores através do volume.


A falta de volume nesta altura sugere um desinteresse dos compradores. É por isso que pode haver mais do que uma armadilha na consolidação; estes testes servem para garantir que os profissionais não encontrarão resistência quando empurrarem o preço para baixo.


Quando toda a procura tiver sido absorvida, e não houver mais resistência para os profissionais, um pequeno aumento na oferta desencadeará um forte movimento descendente nos preços, iniciando a tendência de baixa. Agora, o controle dos preços está nas mãos dos jogadores fortes, e estes só se livrarão das suas posições a preços muito mais baixos.

O que acontece por trás das estruturas de Distribuição
O que acontece por trás das estruturas

Em suma, a estrutura de distribuição no mercado financeiro revela um intricado jogo de estratégias, onde os tubarões meticulosamente planejam e executam suas movimentações para distribuir seus ativos e, eventualmente, lucrar com a mudança de mãos do controle dos preços. Identificar esses padrões exige uma análise cuidadosa, mas compreender a dinâmica por trás da distribuição é essencial para investidores que buscam entender os meandros do mercado e antecipar tendências.


Principais características de uma distribuição

  • Alto volume e volatilidade durante a intervalo. Volume será relativamente alto e constante.

  • Testes na parte inferior do canal sem volume, sugerindo um desinteresse dos compradores, exceto quando o preço está prestes a iniciar a tendência de baixa.

  • Movimentos bruscos de alta (Upthrust) rompendo os máximos da distribuição ou perto dos máximos.

  • Movimentos descendentes mais amplos e suaves e velas maiores do que os movimentos acendentes, sugerindo a entrada de oferta de qualidade e demanda ruim.


Fase da Estrutura de Distribuição

Estrutura Básica de Distribuição
Estrutura Básica de Distribuição

ICE: Nível de suporte para estruturas de distribuição ou redistribuição. É o mínimo gerado pela Automatic Reaction (AR) e pelos mínimos gerados posteriormente pela fase B.


CHoCH: Mudança de carácter. É quando o preço muda de característica. O primeiro CHoCH ocorre na fase A, onde o preço passa de uma tendência de alta para a consolidação.


O segundo CHoCH ocorre entre o máximo da fase C e o final da fase D, onde o preço passa de consolidação para uma tendência de baixa.


Fase A: Parada da tendência ascendente anterior:

A principal função da fase A é parar o movimento anterior, ou seja, de parar a tendência de alta que vinha ocorrendo e colocar o mercado em equilíbrio entre oferta e demanda.


PSY = Preliminary Supply (Oferta Preliminar). É a primeira tentativa de parada dos preços. Podem ocorrer inúmeros PSY. Rotularemos esses PSY de Potential Preliminary Supply (PPSY).


BC = Buying Climax (Clímax de Compra). É o evento que para os preços. O BC é um poderoso sinal de fraqueza do mercado, revela a absorção da demanda por parte dos profissionais.


O PSY e o BC são semelhantes na forma como aparecem no gráfico e por vezes, o PSY pode fazer o papel de BC, por isso, é bom dar um certa flexibilidade nos eventos que ocorrem na estrutura.


BC marca máximo da estrutura, mas outros podem surgir durante a fase B e C.


Buying Climax Exhaustion (Exaustão no Clímax de Compra)

Normalmente um BC ocorre com um alto volume, porem, nem sempre será assim. Com o desenvolvimento da tendência de alta, os compradores gradativamente vão perdendo o interesse em levar os preços cada vez mais altos.


Essa falta de agressão por parte dos compradores cria um ambiente de exaustão no mercado, que será representado por candles médios e/ou estreitos com volume baixo referentes aos anteriores.


AR = Automatic Reaction (Reação Automática). Movimento de baixa que define a mínima do Trading Range. Revela a presença dos vendedores agressivos no mercado.


ST = Secondary Test (Teste Secundário). Teste relativo ao AR, finalizando a fase A, tenta avaliar a demanda presente no mercado.


Fase B: Construção da causa:

A fase B é onde ocorre todo o processo de distribuição dos Big Players, é onde há a troca das mãos fortes para as mãos fracas.


UT = Upthrust (Impulso para Cima). O mesmo evento que ocorre na acumulação (UA). Rompimento temporário do máximo definido pelo BC e voltando para dentro do intervalo.


mSOW = Minor Sign of Weakness (Pequeno Sinal de Fraqueza). Pequeno teste na mínima gerada pelo AR e voltando para o canal.


Fase C: Teste de Demanda

Nesta fase há ocorrência das famosas armadilhas, como o intuito de verificar o nível dos participantes do mercado, principalmente os compradores, a fim de criar um ambiente de menor resistência para a tendência de baixa posterior.


UTAD = Upthrust After Distribution (Impulso para Cima depois da Distribuição). É um teste que rompe os máximos das fases A e B. Um movimento de alta para verificar o nível de força dos compradores.


Em suma, é um Upthrust, porém, quando ocorrer na face C, iremos chamar de UTAD e pode ocorrer independente se houve ou não UT na face B.


mUTAD (minor Upthrust After Distribution) . Como na acumulação, a distribuição também pode não ocorrer um teste rompendo as máximas. Faz no lugar um mUTAD. O preço tenta alcançar liquidez a níveis mais altos, mas os grandes comerciantes que já estão posicionados em posições vendidas o impedem.


Na realidade este tipo de armadilha menor denota maior controle dos preços por parte dos vendedores, já que não permitiram que o preço subisse ainda mais.


ST = Secondary Test (Teste Secundário). Um teste depois do UTAD.

Estrutura Básica de Distribuição sem UTAD
Estrutura Básica de Distribuição sem UTAD

Fase D: Tendência no Intervalo

Após o teste da armadilha na fase C, agora o mercado está em desequilíbrio e vemos isso através do rompimento da estrutura e dando início a tendência de baixa.


MSOW = Major Sign of Weakness (Grande Sinal de Fraqueza). Movimento de baixa gerado pela reação do teste na fase C, que ultrapassa o fundo da consolidação ocorrendo o CHoCH.


LPSY = Last Point of Supply (Último Ponto de Oferta). Ultimo nível de apoio à demanda. Por que de demanda? Porque é o último ponto onde os compradores podem voltar.


Fase E: Tendência descendente fora da consolidação

A fase E começa logo após o evento de confirmação na fase D (LPSY). Se o teste for bem-sucedido, significa que o caminho de menor resistência foi criado, o mercado está em desequilibrio e não há operadores contra o movimento.


O controle dos preços agora está nas mãos dos vendedores e, portanto, devemos negociar somente a favor do movimento até que o mercado nos diga que o movimento está chegando ao fim.


Esta fase é marcada pela sucessão de MSOW e LPSY, gerando a dinâmica da tendência de baixa, topos e fundos descendentes.


Aplicação Prática na Tomada de Decisões

A compreensão da estrutura de distribuição permite que os traders tomem decisões mais informadas. Ao identificar padrões e reconhecer em qual fase o mercado se encontra, é possível antecipar movimentos futuros e posicionar-se estrategicamente.


Indicadores-chave a Observar:

  • Volume de Negociação: A análise do volume de negociação é vital para identificar as fases da estrutura de distribuição . O volume é usado para identificar as armadilhas na face C e, a intenção do player de iniciar uma tendência na fase D.

  • Padrões Gráficos: Identificar padrões gráficos específicos associados a cada fase ajuda os traders a confirmar a validade da análise Wyckoff.


Você pode usar outros indicadores para auxiliar na identificação de cada fase, como, linhas de tendência, médias móveis, volume profile, entre muitos outros.


Uma coisa vale ressaltar, não fique preso a rótulos ou padrões gráficos que podem aparecer nas estruturas. Busque entender os movimentos dos preços, o que está se passando por trás de cada movimentação.


Não tente controlar o mercado, não estamos aqui tentando prever o futuro, não temos uma bola cristal. Por mais que nossa análise esteja correta, não significa que o mercado vá fazer o que esperamos.


Mercado financeiro tem todos os dias, seu dinheiro não.

O que olhar antes de entrar no mercado?

Quando estamos diante do gráfico analisando possíveis aberturas de posição, nossas decisões devem ser baseadas em três elementos, em ordem de prioridade:

 

Contexto

O contexto, refere-se a uma gama de fatores que podem influenciar nos preços dos ativos. Quando operamos utilizando a metodologia Wyckoff, a nossa regra vital relativa ao contexto de mercado é operar a favor de uma estrutura maior.


Como já sabemos (espero que você esteja ciente disso) o mercado é fractal, tudo que acontece no gráfico diário, acontece em todos os outros (1, 2, 5, 15, 30 minutos), o que muda é a proporção de cada evento.


Isso significa que, à medida que o mercado vai se desenvolvendo, múltiplas estruturas vão se formando ao mesmo tempo em tempos gráficos diferentes, devemos priorizar sempre o desenvolvimento das estruturas maiores.

  

Um exemplo:

Imagine que você está operando no gráfico de 1 minuto e você identifica uma estrutura de acumulação na fase D fazendo um JAC, agora você esperaria um BUEC para confirmar o rompimento da estrutura, correto?


Mas, como você é um operador inteligente, você não usa somente o gráfico de 1 minuto para operar, você tem outros gráficos aberto. No gráfico de 60 minutos você nota um contexto diferente, você observa uma estrutura maior de distribuição no final da fase D fazendo um LPSY.


Como o mercado é fractal, a estrutura de acumulação no gráfico de 1 minuto é uma armadilha dos grandes players para tirar os operadores que só usam um tempo gráfico para operar.


Nesse caso, você não iria operar comprado, mas sim, vendido, esperando o preço voltar para dentro da estrutura de acumulação menor, fazer um teste de oferta, aí, sim, abrir uma posição de venda. No final de tudo classificariamos essa acumulação como uma redistribuição.


Com isso, o evento LPSY da estrutura maior estaria completo e validado, as chances de sucesso nesse contexto são extremamente favoráveis.

Redistribuição no fractal menor

A análise de contexto, além de nos proporcionar oportunidades mais informadas, mais seguras, também nos ajuda a não procurar operações do lado errado do mercado.


Estruturas

Bom, as estruturas são o ponto-chave do método. Nosso dever é tentar entender o que está acontecendo na estrutura, quem está ganhando a guerra pelo controle dos preços, compradores ou vendedores, somente a análise detalhada nos dará a resposta.


A lógica das estruturas que Wyckoff propôs, é que, para o preço reverter, é necessário que ele seja acumulado ou distribuído em um protocolo que demanda tempo para ser elaborado de forma sistemática.


Esse protocolo segue uma série de passos, fases e eventos, que nos permite rastrear quando uma provável mudança no preço irá ocorrer. Embora, é verdade que, por vezes, os preços sofrem uma reversão em V agressiva, porém, esta não é a norma do mercado, por isso, devemos nos concentrar no desenvolvimento das estruturas padrões.

Estrutura de Acumulação e Distribuição

Usando a metodologia Wyckoff colocamos um microscópio em cada fase, de modo a avaliar a interação entre oferta e demanda no preço e no volume para discernir quem está no controle dos preços e em qual momento haverá um desequilíbrio significativo para gerar uma tendência. Este é o trabalho do trader Wyckoff.


Zonas de Liquidez

O conceito de zonas de liquidez está ligado a teoria dos leilões e a necessidade do mercado de facilitar a negociação entre os comerciantes.


Os profissionais precisam encontrar outros comerciantes dispostos a dar a contraparte para suas posições. Como você sabe, no mercado para alguém vender, alguém tem que comprar.

Como as posições do Smart Money são gigantescas, se eles fossem executar uma ordem de compra provavelmente não acharia contraparte suficiente para toda a ordem e para achar contraparte suficiente ele teria que ir comprado cada vez mais caro até completar tudo e ninguém quer comprar alguma coisa com preço elevado.


É por isso que eles aproveitam dos movimentos de armadilhas para abrir suas posições e vão mantê-las até encontrar outras zonas de liquidez para se desfazerem delas e obter lucros.


As zonas de liquidez atuam como ímãs para o preço, porque geram interesse suficiente para que diferentes traders queiram colocar suas ordens pendentes na região para atrair liquidez e está liquidez faz o preço chegar até elas.

Zona de Liquidez

O Smart Money quase que obrigatoriamente terá que forçar o preço a visitar essas zonas em que existe uma abundância de ordens pendentes de negociação para abrir posição ou desfazer de suas posições, sabendo disso, podemos tomar vantagem dessa informação intrínseca do mercado.

 

Onde Procurar Operações?

Agora que você já sabe o que olhar no gráfico: contexto, estruturas e zonas de liquidez — se você pulou a explicação desses conceitos e veio direto ler onde operar, tu deixas de ser preguiçoso e volta para a explicação acima, se não, levará stop da próxima vez que operar — vamos falar agora onde de fato observar as possíveis entradas.


Basicamente, só procuramos operações quando o mercado está nas fases C, D ou E. Na fase A e B, nosso trabalho é observar o desenrolar da estrutura e da briga entre compradores e vendedores pelo controle do mercado.


Na fase C

Nessa fase existe duas possibilidades de entrada:

  • Entrada na identificação da armadilha (UTAD).

  • Entrada no teste após a armadilha (ST).

 

Lembrando que entradas na fase C só é recomenda para pessoas que possuem um perfil de investidor/trader mais agressivo, que aceita correr mais risco.


Entrada na armadilha, só é recomendado se a armadilha ocorrer com baixo volume, pois, grandes volumes tendem a ser testados para verificar o comprometimento desses operadores.

Exemplo de negociação na fase C da estrutura de Distribuição

Já na entrada no teste após a armadilha, para o teste ser válido ele não pode fazer um novo extremo, deve ficar acima do máximo estabelecido pelo UTAD.


Há também a possibilidade de uma terceira entrada, quando não ocorrer a armadilha rompendo os máximo, fazendo um mUTAD. Esse tipo de entrada é válida, porém, é muito difícil de avaliar sua efetividade, já que nunca saberemos se de fato o mercado irá inverter após esse evento, ou, se vai fazer a armadilha rompendo a estrutura mais tarde.

Exemplo de operação na face C, mUTAD LPSY na estrutura de Distribuição

Na fase D

Se tudo ocorrer bem, dentro do planejado, a armadilha e o teste forem bem sucedidos, devemos agora ver um sinal da intenção do Homem Composto de levar o preço na direção oposta, ou seja, o desenvolvimento de uma tendência.


No caso da distribuição, veremos um MSOW.

Nesta fase tempos algumas opções de operações:

  • Entrada no LPSY após o teste da armadilha.

  • Estrutura Menor.

  • LPSY após o MSOW.


Após a armadilha, o mercado tende a fazer um spike, dar uma acelerada para o lado oposto da armadilha, quando essa acelerada dá uma pausa, acontece uma retração, um pullback ou LPSY, essa é uma oportunidade de entrada.

Exemplo de entrada no LPS na fase D da estrutura de acumulação

Se o LPSY, ocorrer sem volume e com candles de spread curto, há grande chance de sucesso na operação.


Outra opção é uma estrutura menor. Durante a tendência dentro da estrutura, você pode diminuir o tempo gráfico para localizar o desenvolvimento de uma estrutura menor dentro da tendência.


Lembre-se que o mercado é fractal, por exemplo, se você está no gráfico de 15 minutos, analisando uma distribuição na fase D, você pode ir para o gráfico de 1/2 minuto para identificar uma estrutura de reacumulação, esperar a armadilha e teste, assim, aumentar as chances de sucesso da operação.

Exemplo de operação em estruturas de fractais menores na fase D da estrutura de distribuição

Você pode buscar por estruturas menores tanto no meio da tendência dentro da estrutura maior, o LPSY, como buscar estruturas menores após o rompimento da estrutura maior, o LPSY após MSOW.


As estruturas menores seguem as mesmas regras das estruturas maiores.


Abrir negociação no LPSY após o MSOW era uma das operações favoritas de Wyckoff, além de ter uma alta probabilidade de sucesso, é recomendada para todos os perfis de investidores, principalmente para os traders mais conservadores que preferem não correr risco.


É verdade que essa operação possui um potencial de risco/retorno menor, porém, compensa com o alto índice de sucesso, pois, a estrutura já foi confirmada e agora o Smart Money iniciará a tendência.


Na Fase E

Após a confirmação do rompimento da estrutura na fase D, o início da tendência é inevitável para fora da estrutura. Agora nossa missão é avaliar o mercado e buscar oportunidades a favor da tendência.


Claro que agora o risco/retorno é menor do que as operações anteriores, e diminuirá à medida que a tendência se desenrolar.


No mercado costumam dizer que “a tendência é sua amiga” é verdade, porém, não deve ser levada ao pé da letra, eu complemento essa frase dizendo “a tendência é sua amiga, desde que, você pegue ela no início, porque no final ela é sua maior inimiga”.


Escrevi um artigo mostrando como avaliar a força de uma tendência, para não cair nas armadilhas de final de tendência, confere lá para aumentar seus conhecimentos: “Como Avaliar a Força de uma Tendência”.


Você já sabe que o mercado se movimenta em ondas, impulso e retração, na fase E, visamos entrar a favor da tendência na onda de retração ou LPSY, caso ele ocorra com baixo volume.

Exemplo de operação no LPSY na fase E da estrutura de distribuição

Do mesmo jeito que ocorre na fase D, podemos diminuir o tempo gráfico para procurar por estruturas menores, primeiro para aumentar nossas chances de sucesso e segundo, melhorar nosso risco/retorno.


Existem inúmeras possibilidades de operações, aqui apresentei as entradas baseadas na metodologia Wyckoff, não apresentei indicadores ou outras ferramentas para auxiliar na entrada, você pode pegar os conhecimentos que adquiriu aqui e combinar com seu operacional e criar novas entradas, não se prenda a somente uma única coisa.


Conclusão

A Estrutura de Distribuição de Wyckoff é um estudo fascinante da psicologia do mercado. Ao entender as motivações e táticas do Smart Money em cada fase, os traders podem tomar decisões mais informadas e evitar cair em suas armadilhas. Lembre-se, o mercado financeiro é um jogo de soma zero. Para cada vencedor, há um perdedor. Ao dominar a Estrutura de Distribuição, você aumenta suas chances de estar do lado vencedor.


É importante ressaltar que a aplicação método Wyckoff requer prática, paciência e dedicação. Não se trata apenas de seguir um conjunto de regras, mas sim de desenvolver uma habilidade analítica refinada e uma mentalidade disciplinada.


BONS TRADES!

 

Livros sobre o Mercado e Método Wyckoff

Se você ficou curioso sobre a metodologia Wyckoff e deseja aprimorar seus conhecimentos nessa abordagem, aqui estão alguns livros recomendados que podem ser de grande ajuda.

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Capa livro Wyckoff 2.0: Estruturas, Volume Profile e Order Flow


Livro aborda conceitos avançados sobre a metodologia, uso do Volume Profile com o Método Wyckoff e Order Flow.

Autor: Rubén Villahermosa.




Capa livro Trading e Investimento para Iniciantes

Livro obrigatório caso você seja iniciante. Você será apresentado a conceitos básicos sobre investimentos, análise técnica, teórica de mercado, e muito mais.

Autor: Rubén Villahermosa.




Capa Livro A Metodologia Wyckoff em Profundidade

Dê o start inicial à metodologia Wyckoff, aprenda como os mercados se movimentam, sobre estruturas, fases e eventos; as três leis básicas da metodologia.

Autor: Rubén Villahermosa.




Capa Livro Guia Prático Método Wyckoff Preço e Volume

Como o nome já diz, é um guia sobre a metodologia Wyckoff, um ótimo livro para quem está começando. Além disso, o autor é brasileiro e fez o curso original de Wyckoff pelo Wyckoff Stock Market Institute.

Autor: Eduardo Custódio.




Capa Livro Estudos em Tape Reading

Tradução para português do clássico “Studies in Tape Reading” de Richard D. Wyckoff. Aprenda as técnicas originais de Wyckoff na leitura de fita.

Autor: Richard D. Wyckoff — Tradutor: Rafael Iasi.




Capa Livro El Método Wyckoff

Outro livro excelente para começar a entender os conceitos da metodologia, infelizmente não há versão em português.

Autor: Enrique Díaz Valdecantos.





Capa Livro Trades About to Happen

Escrito por David H. Weis, criador do indicador Weis Wave. Aprenda com utilizar os conceitos de Wyckoff para obter sucesso no mercado financeiro, infelizmente não há versão em português.

 Autor: David H. Weiss — Prólogo: Alexander Elder.




Capa Livro A Complete Guide To Volume Price Analysis

Quer aprender como usar o volume nas suas negociações? Esse é o livro para você, infelizmente não há versão em português.

Autora: Anna Coulling




CApa livro Reminiscências de um Operador da Bolsa

Quer saber sobre a vida e a lições de um dos maiores traders do mundo? Jesse Livermore o nome da lenda, livro indispensável para qualquer um que atue no mercado financeiro.

Autor: Edwin Lefèvre — Tradutor: Renato Marques



Perguntas e Respostas

O que é o Método Wyckoff?

O Método Wyckoff é uma abordagem para a análise técnica de mercados financeiros, desenvolvida por Richard Wyckoff no início do século XX. Ele envolve a observação e interpretação de padrões de preço e volume para identificar fases de acumulação e distribuição no mercado.


O que é a Estrutura de Distribuição Wyckoff?

A Estrutura de Distribuição Wyckoff é um padrão de análise técnica que descreve como grandes players ("Smart Money") distribuem suas posições para investidores menos informados, marcando o início de uma potencial reversão de tendência de alta para baixa.


Quais são as fases da Estrutura de Distribuição?

  • Fase A (Parada da Tendência): O movimento de alta anterior é interrompido, e o mercado entra em equilíbrio.

  • Fase B (Construção da Causa): Grandes players distribuem suas posições, transferindo ativos para "mãos fracas".

  • Fase C (Teste de Demanda): Armadilhas são criadas para testar a força dos compradores e induzir a compra.

  • Fase D (Tendência no Intervalo): O rompimento da estrutura ocorre, sinalizando o início da tendência de baixa.

  • Fase E (Tendência Descendente): A tendência de baixa se estabelece, com topos e fundos descendentes.


Quais são os principais eventos e termos a serem observados na Estrutura de Distribuição?

  • PSY (Oferta Preliminar): Primeira tentativa de parada dos preços.

  • BC (Clímax de Compra): Evento que para os preços, indicando fraqueza do mercado.

  • AR (Reação Automática): Movimento de baixa que define a mínima do intervalo.

  • ST (Teste Secundário): Teste da mínima após a Reação Automática.

  • UT/UTAD (Impulso para Cima/Após Distribuição): Rompimento temporário dos máximos, testando a força dos compradores.

  • MSOW (Sinal de Fraqueza): Movimento de baixa que ultrapassa o fundo da consolidação.

  • LPSY (Último Ponto de Oferta): Último nível de suporte antes da queda.


Como utilizar a Estrutura de Distribuição na tomada de decisões?

A análise da Estrutura de Distribuição permite identificar o momento em que o controle do mercado está mudando de mãos, possibilitando aos traders antecipar a reversão da tendência e posicionar-se a favor do novo movimento. É crucial observar o volume de negociação, os padrões gráficos e outros indicadores para confirmar a validade da análise.


Onde procurar operações na Estrutura de Distribuição?

As oportunidades de entrada se concentram nas fases C, D e E. Na fase C, as entradas podem ocorrer na armadilha (UT/UTAD) ou no teste subsequente (ST). Na fase D, as entradas podem ser no LPSY após o teste da armadilha, em estruturas menores dentro da tendência ou no LPSY após o MSOW. Na fase E, as entradas ocorrem a favor da tendência de baixa, visando as retrações ou LPSYs com baixo volume.


Quais são os principais indicadores a serem observados na Estrutura de Distribuição?

  • Volume de Negociação: Essencial para identificar as fases e a intenção dos grandes players.

  • Padrões Gráficos: Confirmam a validade da análise e auxiliam na identificação das fases.

  • Outros Indicadores: Linhas de tendência, médias móveis e Volume Profile podem complementar a análise.


A Estrutura de Distribuição é infalível?

Nenhuma ferramenta de análise técnica é infalível. A Estrutura de Distribuição oferece uma estrutura para entender a psicologia do mercado, mas requer prática, paciência e disciplina para ser aplicada com sucesso. É importante combinar a análise Wyckoff com outras ferramentas e indicadores para tomar decisões mais assertivas.

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